A evolução e os resultados

Leia a Coluna desta terça-feira (7)

Legenda: Fortaleza em campo pela Série A
Foto: Mateus Lotif / Fortaleza EC

O torcedor cearense passou a ser exigente. Depois que o Fortaleza ganhou vaga direta na Libertadores, quando foi o quarto colocado na Série A, a expectativa é de que sempre alcance o mesmo feito. Calma, gente. Ora, o Fortaleza foi a São Paulo e ganhou (1 x 2) do São Paulo no Morumbi. O Fortaleza foi a São Paulo e empatou (0 x 0) com o Corinthians no Estádio Neo Química. Ganhou quatro pontos em dois jogos dentro de São Paulo. Para mim, um bom resultado. Mas alguns companheiros não entenderam assim.

Ora, há alguns anos, a coisa mais difícil era um time cearense ganhar jogos contra os chamados grandes do Rio e de São Paulo. Ultimamente, a situação tem mudado. Não raro, quer no Maracanã, Engenhão ou São Januário, Fortaleza e Ceará têm aprontado. Isso se pode dizer também com relação aos jogos contra os times grandes de São Paulo nos estádios deles. Os tempos mudaram. Há nítida evolução do futebol cearense, máxime do Fortaleza que tem crescido também no conceito internacional. A meu juízo, empatar com o Corinthians em São Paulo sempre será um bom resultado. Não será bom resultado empatar aqui.    

 

No Castelão 

 

Concordo que empatar com o Bragantino no Castelão não é um bom resultado. Aí, sim: bom resultado teria sido vitória do Fortaleza. Mas acontece. Faz parte. Enquanto o futebol cearense estiver com representante nas competições internacionais, não há do que se queixar. Há alguns anos existia o complexo da cancela. Já chutamos cancela faz tempo. 

 

Intercâmbio 

 

Há alguns anos seria utopia trazer jogador da argentina para atuar em times cearenses. Hoje atuam aqui jogadores de vários países da América do Sul. Para os senhores terem uma ideia, na Taça Brasil de 1960, quando o Bahia veio enfrentar o Fortaleza, causou curiosidade entre nós a presença do famoso atacante argentino Sanfilippo, titular do Bahia. 

 

Ídolo 

 

Sanfilippo atuou pela Seleção da Argentina nas Copas de 1958 (Suécia) e 1962 (Chile). Atuou no Boca, sendo artilheiro da Libertadores de 1963 com sete gols. Também se destacou no Nacional do Uruguai. No Bahia, ele enfrentou duas vezes o Fortaleza pela Taça Brasil de 1960. Aqui, o Fortaleza ganhou (2 x 1). Na Fonte Nova, deu empate (0 x 0). O Leão eliminou o Bahia.  

 

Colocação 

 

O saudoso médico Eulino Oliveira foi presidente do Ceará, quando do tetracampeonato cearense em 1978. Quando o Ceará foi novamente tetracampeão cearense em 1999, Eulino estava na vice-presidência. Dele ouvi uma colocação que jamais esqueci: “Tom, o Ceará unido é praticamente imbatível”.  

 

Inquietações 

 

Ora, nas atuais inquietações alvinegras, logo me lembrei do saudoso Eulino. O Ceará está precisando de união interna. No Vozão existe um dos maiores pacificadores do futebol cearenses de todos os tempos: Castelinho Camurça. Se os atuais dirigentes do Ceará tiverem juízo, escutarão a voz do Castelinho. Caso contrário, meu Deus...