Médicos operam perna errada de criança de 6 anos após queda de bicicleta na Paraíba

Hospital abriu sindicância para apurar o erro médico

Escrito por Redação ,
Criança teve perna operada no Hospital de Trauma de Campina Grande
Legenda: Criança teve perna operada no Hospital de TRauma de Campina Grande
Foto: Ascom/Hospital de Trauma de Campina Grande

Uma menina de seis anos teve a perna errada operada por uma equipe do Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande, na Paraíba, na noite do último dia 25 de abril. A criança havia sido diagnosticada com celulite infecciosa e deveria retirar uma bactéria da perna esquerda, mas o erro médico ocorreu com a cirurgia na direita.

Segundo informações do portal g1 da região, a  vítima estava em busca de tratamento para a doença desde fevereiro deste ano. Toda a equipe responsável foi afastada e uma sindicância para apurar o caso deve esclarecer os detalhes.

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Erro médico

O erro foi percebido inicialmente pela própria mãe da criança, Fernanda de Oliveira, que viu o momento em que a menina deixou o centro cirúrgico, mas retornou em seguida.

“Me desesperei, comecei a gritar, chamando: ‘meu deus, o que tinha acontecido?’. Aí veio as enfermeiras, perguntaram o que aconteceu e eu disse ‘vocês não viram? Vocês operaram a perna errada!’. O médico veio e logo em seguida colocaram ela de volta no bloco cirúrgico para operar a outra perna, que no caso estava com problema”, disse a mãe.

Segundo ela, uma tala e uma janela para o edema indicava qual a perna correta, mas ainda assim o membro errado foi operado. “Eu não sei como uma equipe médica não deu conta disso”, completou a mãe.

Busca por tratamento

A família da menina, que não teve a identidade revelada, conta que tudo teve início com uma queda de bicicleta. Ela começou a sentir dores nas pernas após o acidente e apresentou um quadro clínico de celulite infecciosa na perna esquerda, com necessidade de uma cirurgia invasiva para colocar pinos no local.

De início, ela passou pelo Hospital da Criança, em Campina Grande, onde fez exames e foi internada. Logo em seguida, foi transferida para o Hospital de Trauma, onde passou alguns dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

No local em questão, uma bactéria foi identificada na perna da garota e ela foi transferida novamente para o Hospital Universitário da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Um procedimento foi realizado, mas a perna voltou a inchar cinco dias após a alta.

Assim, ela foi internada novamente após ficar constatado que a bactéria ainda estava alojada na perna. “Eu levei ela ao bloco cirúrgico, foram duas horas ou menos de cirurgia, quando me chamaram. Aí ela disse que a perna dela estava estralando. Achei estranho, quando eu subi o lençol, eu vi que tinha sido operada a perna direita. Aí eu me desesperei, comecei a gritar, chamando: ‘meu deus, o que tinha acontecido?’”, reforçou a mãe em entrevista.

A mãe ainda conta do susto da filha ao perceber a perna enfaixada. “Abriram a perna esquerda da minha filha, colocaram um fixador externo, depois retiraram e fizeram a limpeza na outra perna. Ela dormiu a noite toda, acordou hoje cedo sem dor, mas perguntou porque a perna boa dela estava enfaixada. Eu respondi que foi preciso limpar e colocar na outra perna. Ainda vou procurar uma psicóloga para conversar com ela”, completou.

Um boletim de ocorrência foi registrado sobre o caso pelo pai da menina na Central de Flagrantes da Polícia Civil de Campina Grande. A delegada de Repressão da Infância e Juventude, Renata Dias, afirmou, em posicionamento ao g1, que vai instaurar procedimento para apurar ocorrido.