Íris chora na Assembléia, e CM inocenta Déborah

Escrito por Redação ,
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Foto: Fábio Lima
A Mesa Diretora da Câmara Municipal de Fortaleza decidiu arquivar, por unanimidade, o processo de quebra de decoro parlamentar contra a vereadora Déborah Soft, acusada de ficar com dinheiro do pagamento mensal de alguns dos seus assessores. Ontem, na Assembléia, a deputada Íris Tavares, acusada também de ficar com parte do pagamento mensal de alguns ex-assessores, fez um discurso apelando aos colegas que decidirão hoje sobre se o Conselho de Ética deve arquivar ou não a representação para abertura de processo sobre quebra de decoro parlamentar.

Segundo Tin Gomes (PHS), presidente da Câmara Municipal, a defesa da vereadora Déborah Soft anexou ao processo declarações dos três assessores da parlamentar que teriam acusado a mesma de ficar com parte de seus salários. Eles refutam a primeira declaração afirmando terem sido enganados pelo autor da representação, Francisco Xavier Guaranis, contra a vereadora, que alegando ter a necessidade de atualizar dados dos assessores no Recursos Humanos da Câmara colheu as assinaturas dos mesmos numa folha em branco.

CHORANDO - A deputada Íris Tavares (PT) afirmou, em seu pronunciamento, ontem, que está sofrendo um ´linchamento político´. Em defesa das acusações de ter ficado com parte dos salários de alguns dos seus ex-assessores, a petista lamentou ´possíveis mal-entendidos e a possibilidade de ter a antipatia de alguns e algumas´. O plenário da Casa vai decidir amanhã se aceita ou não o recurso impetrado pela deputada contra a decisão do Conselho de Ética Parlamentar, que arquivou o parecer do ouvidor, deputado Antônio Granja (PSB).

Íris Tavares que levou um grupo de apoiadores, liderados por setores do Movimento dos Sem Terra, chorando, falou do seu mandato, da sua família e disse ter sido vítima de pessoas em quem tinha depositado confiança. Ela não citou os nomes dos ex-assessores que estão reclamando parte dos salários que dizem ter ficado com a deputada.

Embora tenha dito reconhecer como legítimo o papel da imprensa de acompanhar os fatos, a petista negou que tenha feito qualquer afirmação que colocasse dúvida sobre atuação de outros deputados, como chegou a ser publicado terça-feira última no jornal ´O Povo´. As declarações atribuídas a Íris chamavam atenção para a possibilidade da Casa, a partir da atual conjuntura, discutir casos relacionados a nepotismo, folha 8 e contratos com empresas para utilização da verba de desempenho parlamentar.

APARTES - Apenas dois deputados do PT pediram aparte a Íris. A líder do PT, deputada Rachel Marques, declarou o apoio e a solidariedade de toda a bancada petista à correligionária. Destacando a história de luta protagonizada por Íris Tavares, ela demonstrou confiança de que o plenário vai ´reparar´ a decisão do Conselho de Ética e acatar o parecer do ouvidor. O deputado Artur Bruno, vice-líder do PT, defendeu que a Casa não pode extrair de seus quadros uma ´brilhante parlamentar´, a qual chegou à Assembléia com mais 40 mil votos. ´Teremos a oportunidade de avaliar o trabalho do deputado Granja, onde também estará em jogo a história de vida da deputada Íris´, pontuou. Íris voltou a falar sobre o caso na parte externa da Assembléia, onde estavam alguns dos seus apoiadores.

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