'Justiça 2' estreia primeiros episódios com quatro histórias cheias de dilemas; veja resenha

Até onde alguém pode ir quando se sente injustiçado? Esse era o dilema da série 'Justiça', criada por Manuela Dias, que não poderia ter um título mais condizente com o que se propõe a debater. O sucesso foi tanto em 2016 que até hoje se pedia por uma continuidade, desejo que foi cumprido, agora, pela autora e pela Globoplay, que lança 28 episódios de uma segunda temporada no streaming, sendo quatro deles a cada semana. Para celebrar o lançamento, integrantes do elenco, autora, diretores e convidados se reuniram em um evento na noite de terça-feira (9), no Rio de Janeiro, e conversaram sobre a nova produção, discutindo o que faz da história uma das mais aguardadas deste ano. "Quem assistir essa segunda temporada vai reconhecer. Ela vem com o mesmo formato, com quatro histórias independentes que envolvem um crime ou um ato considerado criminoso e essas quatro pessoas vão presas e saem da cadeia já no primeiro episódio", contextualizou Manuela em entrevista ao Diário do Nordeste, claramente empolgada por lançar o projeto. Veja o teaser da temporada: [render name="video" contentId="7.4982407"] Segundo a autora, retornar ao universo construído em Justiça também foi motivo de um certo "nervosismo", já que as tramas que a compõem são bastante complexas e, portanto, um desafio. "É bem difícil de escrever porque tem essa coisa do quebra-cabeça, o que acaba demandando muita coisa reescrita, então às vezes eu estou no episódio 27 e tenho uma ideia que desmonta vários episódios atrás, mas é maravilhoso e faço o meu melhor", reforçou. Manuela, inclusive, faz questão de lembrar das características únicas de Justiça, que se repetem agora na nova temporada. A autora explica a ideia de trabalhar com quase todos os personagens nas quatro histórias, algo que, para ela, se tornou quase uma "ideologia" do que criou há alguns anos. "Praticamente todos os personagens passeiam por todas as histórias, só que com importâncias diferentes. Às vezes o protagonista da história um é coadjuvante na história quatro, e assim acontece nas nossas vidas também, né? Na nossa vida sempre somos o cerne das nossas histórias e o outro é um figurante, por exemplo. Assim ocorre o contrário também", diz ela, que continua: 'quando a gente entende que cada um é protagonista da própria vida isso demanda que a gente tenha respeito pelo outro", pontua. Episódios introdutórios Junto do evento de lançamento, os primeiros episódios de cada história de 'Justiça 2', que serão lançados oficialmente nesta quinta-feira (11), foram exibidos previamente para a imprensa. Em salas de um cinema do Rio, atores também se reuniram, sob aplausos e expectativas, para conferir o resultado do trabalho. Fortes, as tramas envolveram a exibição e demonstram o potencial a ser explorado na produção. Dentre as quatro disponíveis, acompanhamos o episódio da personagem Milena, interpretada pela atriz Nanda Costa. A jovem, que vem de uma origem humilde e mora e com a mãe, a cozinheira Dona Santana (Tereza Seiblitz), tem o sonho de ser cantora, mas ganha a vida cometendo crimes e abrindo cofres para ajudar nas contas em casa. Um dia, no entanto, tudo desanda quando ela rouba o carro de Egisto (Marcello Novaes), marido de Jordana (Paolla Oliveira), e só descobre depois que o corpo de Diuzinho (Alexandre Rodrigues), vítima do casal, está no porta-malas. [render name="video2" contentId="7.4982434"] O primeiro episódio, então, segue a prisão de Milena e, assim como os demais, a saída da cadeia anos depois do crime. A sensação deixada é de que tudo está sendo mostrado de forma inicial, e às vezes até superficial, para acostumar o espectador à história que será contada em mais detalhes. Talvez por isso seja difícil montar um juízo de valor sobre a produção, visto que muitos detalhes ainda não parecem fechados e só devem ser aprofundados mais à frente. Ainda assim, Paolla Oliveira e Nanda Costa surgem confortáveis nos papéis, nos fazendo crer na determinação de Milena assim como no egoísmo de Jordana travestido de bons costumes. As duas, que devem ter envolvimento nos episódios que seguem, têm boa química com as personagens, ainda que com atos questionáveis, ingrediente especial nas tramas que se costuram em Justiça. Para Manuela Dias, as duas, assim como os demais de Justiça 2, têm muito da realidade. "Todas essas histórias, a da manicure, a do Balthazar, que é interpretado pelo Juan Paiva, tem um pouco desse real, do que já li e vi".

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